“Perto do que sei de futebol, não sei nada de negócios”, diz Abilio Diniz, cartola bem-vindo por trás do São Paulo Futebol Clube

“Perto do que sei de futebol, não sei nada de negócios”, diz Abilio Diniz, cartola bem-vindo por trás do São Paulo Futebol Clube





O destino do São Paulo Futebol Clube tem um dedo alusivo capaz de mexer com as peças do jogo. Poucos sabem. E quando se sabe, é uma revelação. GQ tem em sua capa de fevereiro essa história. Ele é um palpiteiro invisível que tem fortuna avaliada pela Forbes em 3,4 bilhões de dólares e que guarda as noites de quarta-feira quase sempre para o futebol. Um exemplo? A de 26 de outubro de 2011 era decisiva para o nada memorável ano do Tricolor paulista. Com Leão reestreando no comando do time, o São Paulo enfrentava o paraguaio Libertad fora de casa para definir seu futuro na Copa Sul-Americana. Entrou em campo podendo perder por até um gol de diferença, mas sofreu o primeiro tento logo aos 9 minutos e foi para o intervalo em situação periclitante. Vendo de casa, o empresário Abilio Diniz, 75 anos, não hesitou: sacou o celular e mandou orientações, via SMS, para Milton Cruz, auxiliar técnico do time. O conteúdo da mensagem? Abilio diz que não lembra; Milton diz que não leu. “Estava sem os óculos”, justificou-se ele, meio sem jeito, em uma conversa dias depois. Milton se lembra – isso, sim – de que Abilio aprovara a escalação do time para aquela partida, em especial a entrada na equipe de Marlos, o camisa 11. O meia-atacante era contestado pela torcida, mas seu futebol técnico enche os olhos do presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar. Talvez a dica de Abilio tenha feito falta. O São Paulo tomou o segundo gol, perdeu do Libertad e voltou de Assunção eliminado da Sul-Americana. Eis nosso senhor cartola e um dos 10 homens mais ricos do Brasil.


Ele vê coisas que Milton Cruz não vê

Os palpites de Abilio são constantes, mas, segundo ambas as partes, bem-vindos. “Temos muito bom relacionamento e, às vezes, conversamos bastante sobre futebol. O meu diálogo com o Abilio é de alto nível”, afirma o técnico Emerson Leão. “Conversar comigo sobre futebol não quer dizer interferir. O que nós, amigos dele, precisamos fazer é separar o inteligente do abusado.” Detalhe importante: Abilio não colabora financeiramente com o São Paulo, não faz parte da diretoria e só recentemente aceitou ser membro do conselho consultivo do clube, que se reúne duas vezes por ano. Para todos os efeitos, é apenas um palpiteiro profissional. “Eles me respeitam, sabem que conheço (futebol) e só falo para o bem deles”, diz o empresário. “O Milton fica feliz. Muitas vezes vejo coisas que ele não vê.”


Jogo de negócios

Se não fosse empresário, Abilio talvez fosse treinador. “Sempre fui um estrategista no futebol”, conta. “Sei como se arma um time com dois ou com três zagueiros, como jogam os volantes. Às vezes, você tem de improvisar um jogador numa posição.” Milton Cruz confirma: Abilio sabe muito de esquemas táticos, conhece os jogadores e não perde um jogo do São Paulo. Mesmo. Até alguns anos atrás, ele tinha a tabela do Brasileirão colada na mesa do seu escritório. Hoje, se garante com um aplicativo no iPhone. Mesmo no meio do ano passado, quando estava no olho do furacão em que se transformou sua tentativa de comprar o Carrefour no Brasil e fundi-lo ao Pão de Açúcar, Abilio diz que não relaxou o monitoramento do São Paulo. Suas viagens a Paris para as tensas negociações com os franceses do grupo varejista Casino, sócio do Pão de Açúcar, raramente duravam mais de dois dias, quase sempre entre quintas e sextas-feiras, preservando as futebolísticas noites de quarta e tardes de domingo.




“Coitados”

Com jeito travesso de quem conta um segredo que não devia deixar escapar, Abilio disse recentemente para uma plateia de empreendedores: “Perto do que sei de futebol, não sei nada de negócios”. Talvez pela identificação com a função, ele admite que adora pegar no pé dos treinadores. Os problemas atuais do São Paulo, segundo Abilio, começaram em agosto de 2010, quando o presidente do clube, Juvenal Juvêncio, promoveu o técnico Sérgio Baresi das categorias de base para a equipe principal: “O cara fez muita besteira até o Juvenal reconhecer (o erro) e tirá-lo de lá, coitado”. Na sequência, foi contratado Paulo César Carpegianni, cuja passagem Abilio avalia como razoável. Os resultados, contudo, demoraram a aparecer, e a diretoria decidiu substituí-lo por Adilson Batista. “Este também foi mal, coitado”, lembra o empresário. “O grande culpado disso foi o meu amigo Juvenal Juvêncio”, provoca Abilio. “Ele é um cara que conhece futebol e é seriíssimo. Mas está ficando um pouco mais velho, e tem alguns velhos que ficam passionais e saem da realidade.” A discórdia é fruto da contratação de Adilson Batista, à revelia de Abilio. O troco veio em outubro, quando ele praticamente contratou Emerson Leão. O empresário e o treinador foram parceiros de peladas no campo de futebol que Abilio tinha nos fundos do terreno onde morava, no Morumbi, no começo da década de 70. Ele jogava no gol. Leão, na época goleiro do Palmeiras e titular da seleção brasileira, jogava na linha.


Aranha negra dos pobres

Abilio apresentava-se para os embates vestido todo de preto, como o lendário goleiro russo Lev Yashin. “Era o Aranha Negra dos pobres”, brinca Leão, duro na avaliação da proficiência do amigo sob as traves. “Os caras chutavam e às vezes Abilio… não era o que a gente esperava.” Para incentivá-lo, os craques reagiam com protocolares “Tá bom, Abilio”. Até que um dia Leão disse: “Não tá bom nada, Abilio. Você tem que pegar a bola, entendeu?”. Depois de décadas de contato restrito a encontros sociais, a dupla voltou a se reunir no São Paulo, em 2004, quando o então presidente Marcelo Portugal Gouveia contratou o ex-goleiro para treinar o Tricolor. Foi Gouveia, também, quem introduziu Abilio aos bastidores do São Paulo. Eles foram amigos de infância e voltaram a se encontrar já nos anos 2000, quando passaram a frequentar a igreja São José, no Jardim Europa. Quando Marcelo assumiu a presidência do clube, Abilio passou a fazer palestras para os jogadores e, em certos casos, servir de guia espiritual-esportivo para craques em crise, prática que sobrevive até hoje. O último a passar pelo divã ludopédico de Abilio foi o meia-atacante Lucas. Antes dele, Kaká, Hernanes e Jean foram recebidos pelo empresário para conversas reservadas na casa dele ou no Pão de Açúcar.




Telefones importantes e Leão

Nas visitas ao Morumbi, Abilio acabou se aproximando de Juvenal Juvêncio e, especialmente, de Milton Cruz. Católico praticante, ele de início era convidado a participar das orações antes das partidas. Com o passar dos anos, tornou-se uma eminência parda tricolor. Nas vésperas dos jogos, o empresário quer saber a escalação do time. Reza a lenda que só há duas pessoas cujas ligações Abilio nunca deixa de atender: Milton Cruz e o ex-presidente Lula. Não é bem verdade – Dilma, por exemplo, já conquistou o privilégio. “Não sei o número da Ana Maria nem do João Paulo (seus filhos mais velhos), mas sei o do Milton.” Em outubro, Abilio deu o passo decisivo para se tornar o cartola menos visível e mais poderoso do São Paulo. “Levei dez dias para convencer Juvenal a contratar Leão.” O presidente do São Paulo resistia por causa do histórico do técnico de entreveros com os elencos que dirigiu. “Mas pelo que senti do Leão agora os 14 meses que ele passou sem trabalhar (desde que deixou o Goiás, em agosto de 2010) fizeram bem a ele.” Em uma das conversas que teve com Juvêncio, Abilio disse: “Pode deixar que, antes de você o contratar, eu corto a juba dele”. Leão não estranha a atitude. “Abilio tem tanta confiança em si mesmo que assume o direito de tomar certas decisões”, diz. “Você precisa controlá-lo, senão ele toma conta.” Como Juvenal Juvêncio não queria encontrar Leão, João Paulo de Jesus Lopes, vice-presidente de futebol são-paulino, e Adalberto Baptista, diretor de futebol, foram à sede do Pão de Açúcar para uma reunião com Abilio e fizeram uma pequena lista de recomendações, sinalizando o que o empresário deveria cobrar do futuro técnico do São Paulo. Quando Leão chegou, foi levado a outra sala de reuniões. Devidamente orientado, Abilio, de cara, cortou os cumprimentos do amigo e deu o recado dos cartolas: “Você vai aceitar todo mundo que estiver lá. E, se brigar com o Milton, quem sai é você. Estamos entendidos?” Estavam. A contratação do treinador foi anunciada em 24 de outubro e Abilio tuitou: “Bem-vindo, prof. Leão”.


Leia mais na GQ de fevereiro, nas bancas…


Fonte: http://gq.globo.com/news/perto-do-que-sei-de-futebol-nao-sei-nada-de-negocios-diz-abilio-diniz-cartola-bem-vindo-por-tras-do-sao-paulo-futebol-clube/

Parei de ler quando diz que ele gostava do Marlos. Não entende nada de futebol.

Vou ler pra ver essa tal visão de futebol dele.

Gosto de ler e ver os videos do blog dele, na página de Economia da Uol. Porém, as vezes ele demora pra atualizar, e lá, ele fala pouco de futebol.

http://abiliodiniz.uol.com.br/abilio-diniz.htm

Mas é bom.

O cara tem tanta visao de futebol q pede a entrada do Marlos, morre diabo

Kralho, tem 75 anos...

Se me perguntassem esporádicamente eu chutaria uns 55, 60 anos no máximo.

Fora essa lucidez toda que tem para tratar e para falar de negócios.

Velhos ricos e seus divertimentos excêntricos.

Leside escreveu:Kralho, tem 75 anos...

Se me perguntassem esporádicamente eu chutaria uns 55, 60 anos no máximo.

Fora essa lucidez toda que tem para tratar e para falar de negócios.

Ou você não tem a menor noção de idade ou só convive com pessoas acabadas.

Rediz escreveu:

Leside escreveu:Kralho, tem 75 anos...

Se me perguntassem esporádicamente eu chutaria uns 55, 60 anos no máximo.

Fora essa lucidez toda que tem para tratar e para falar de negócios.

Ou você não tem a menor noção de idade ou só convive com pessoas acabadas.

55 é exagero, mas que parece ter uns 10 anos a menos, parece

Metapod escreveu:

Rediz escreveu:

Leside escreveu:Kralho, tem 75 anos...

Se me perguntassem esporádicamente eu chutaria uns 55, 60 anos no máximo.

Fora essa lucidez toda que tem para tratar e para falar de negócios.

Ou você não tem a menor noção de idade ou só convive com pessoas acabadas.

55 é exagero, mas que parece ter uns 10 anos a menos, parece

Plásticas, maquiagem e photoshop. De toda forma, achar que ele tinha no máximo 60 é meio fora da realidade.

Posso ter exagerado no 55, pois na primeira foto ele aparenta mais msm. Mas eu me baseei pelas fotos de Cotia.



Vai dizer que não parece que tem no máximo 60 ae?

Leside escreveu:Posso ter exagerado no 55, pois na primeira foto ele aparenta mais msm. Mas eu me baseei pelas fotos de Cotia.



Vai dizer que não parece que tem no máximo 60 ae?

Não mesmo.

Sempre meu anti esse Patrick aposentado.

Juvenal parece que tem 80 anos nessas fotos

Será que ajuda mesmo?

Um cara que não tem quase nenhuma ligação com o clube dando pitaco no time? Sei não...

Pediu Marlos, então não conhece nada de futebol.